Ainda sobre a rodovia que liga um extremo do Acre ao outro, falta discutir a sua sustentabilidade. Farinha de mandioca, biscoitos de goma, açaí de Feijó parece pouco para investimento tão elevado. O abastecimento daquelas populações que consomem batata, cebola, tomate vindos do Sul, congelados da Sadia, da Fátima Bernardes, do Toni Ramos, é um modo de mandar embora o dinheiro dos habitantes, via impostos e fretes embutidos nos preços.
Condicionado ao abastecimento via Manaus e Belém no tempo da borracha, agora querem se articular com fabricantes de São Paulo via rodovia asfaltada, atraindo caminhoneiros e caçambeiros que devassam a floresta para vender arroz de Pelotas! Os políticos que determinam tudo não têm juízo. Deveriam pensar no abastecimento interno com produção diversificada, lembrando que cebolas, batatas e tomates estão ali bem ao lado nas cidades peruanas. Só pensam em madeira e gado. Lucro imediato. Mais e mais menos têm muito mais e muitos muito menos.
Ë uma equação social muito perversa. Os políticos passam o tempo de olho uns nos outros. E não sabem pensar numa perspectiva ampla e responsável.
Por: Fatima Almeida
Fonte Folha do Juruá
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