Da Redação folhadojurua.com.br
QUER PROCESSAR O BRASIL POR DANOS E PREJUÍZOS DE BILHÕES DE DÓLARES
Walter Justiniano Martins, 54, de Guayaramerin, postou hoje,
21 de fevereiro, na página dele no Facebook, denúncia de que o Brasil é o
culpado pelas enchentes na Bolívia, que culminou com 60 pessoas mortas e 90 mil
cabeças de gados perdidas. O prejuízo é de cerca de 50 bilhões de dólares e
mais de 40 mil hectares de culturas agrícolas afetadas.
Segundo ele, “o governo boliviano sabia dos problemas que
seriam provocados pelas barragens das usinas de Jirau e Santo Antônio e não fez
nada a este respeito”. Explicando, as represas de Jirau e Santo Antônio não
deixam a água escoar, culminando com enchentes rio acima, pegando o Beni. As
fortes chuvas que caem sobre a Bolívia agravaram ainda mais o problema. Veja
no mapa abaixo.
construídas na bacia do rio Madeira causariam grandes
inundações no país por mais de seis anos.
Em 2006, o ministro dos Negócios estrangeiros David
Choquehuanca, enviou uma carta para seu homólogo brasileiro manifestando o o
perigo da construção destas barragens para a Bolívia. O governo boliviano
já tinha alertado sobre os impactos há mais de sete anos.
Cerca de 90 mil cabeças de gado perdidas
Na nota enviada por Choquehuanca, citado em La Razón (jornal
boliviano), argumentou-se que entre os impactos prováveis “é considerado a
inundação do território boliviano, como um efeito dos reservatórios que
afetarão, de um lado, a existência da Floresta Amazônica, na bacia do Madeira,
as riquezas em castanha”.
O processo de consulta bi-nacional com vários encontros e
reuniões presidenciais, ministeriais e técnicas foi lançado em novembro do
mesmo ano. O II encontro técnico realizado nos dias 30 e 31 de outubro de 2008,
em La Paz, a troca de informações sobre os projetos hidrelétricos Jirau e Santo
Antonio. Bolívia, então, expressa seu aborrecimento pela ausência de delegados
técnicos suficientes, do Brasil, apesar do compromisso.
No mesmo tempo, organizações camponesas da Bolívia e do
Brasil criaram o movimento em defesa da bacia do Rio Madeira e a Região
Amazônica.
Estudos e declarações de organizações de proteção ambiental
também alertaram para os riscos, incluindo a Liga de Defesa do Ambiente
(Lidema), que, em 2009, exortou o governo “em conformidade com os acordos
internacionais, independentemente da agenda positiva com o governo brasileiro”.
Em 2011, um seminário sobre projetos de energia no Brasil, o
Vice Ministro Juan Carlos Alurralde, disse à Reuters que o governo não estava
satisfeito com os relatórios do Brasil em defesa da hidrelétrica e esperava
mais esclarecimentos e garantias.
Então, o primeiro secretário da Embaixada do Brasil na
Bolívia, Ruy Ciarlini, disse à Reuters que eles tinham “dados científicos que
mostram que não há nenhum risco”.
Até ontem, em Beni foram relatadas 84 mil carcaças (gado) e
perdas de 50 bilhões de dólares. Mais de 39 mil hectares de culturas afetadas,
enquanto o número de vítimas cresce dia a dia devido às enchentes.
O presidente Evo Morales, solicitou na terça-feira,
investigações sobre o impacto das enchentes no Beni.
Fonte: +RO www.maisro.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário