quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A reforma do Ensino Médio e o trauma psicológico causado pela Matemática

Em tempos de discussão da reforma do ensino médio, torna-se oportuno colocar na berlinda um assunto da maior importância, que sempre foi tratado com negligência: a maneira de se ensinar Matemática para o exército de pessoas despreparadas na matéria.

Antes de tudo, tem que ser deixado claro que uma coisa é ensinar Matemática para uma pessoa que domina os pré-requisitos do assunto em questão, outra coisa totalmente diferente é ensinar Matemática para uma pessoa que não está familiarizada com as ferramentas necessárias ao entendimento do assunto a ser estudado.

Também, não pode passar despercebido que a Matemática é a responsável por grande parte da evasão escolar, e provoca traumas psicológicos formadores de uma resistente barreira ao aprendizado de um modo geral.

É certo que – para uma pessoa despreparada – não basta o aumento da quantidade de horas-aula proposto na Medida Provisória que objetiva a reforma do ensino médio. É absolutamente indispensável que, ao lhe ensinarem determinado assunto de Matemática, lhe expliquem, detalhadamente, os pré-requisitos necessários para o entendimento da matéria.

Mais: caso aumentem a carga horária de um aluno que não está entendendo determinado assunto de Matemática sem lhe explicar os pré-requisitos, a emenda será pior que o soneto; afinal, é mais suportável ficar como um alienado na sala de aula durante uma hora do que ficar durante duas horas como um aluno incapaz de compreender o que está sendo exposto.

É óbvio que um aluno que não entende equação de segundo grau pelo fato de não dominar potências e raízes ficará ainda mais traumatizado com a Matemática caso aumentem sua carga horária sem lhe explicar os fundamentos do assunto.

Como se sabe, a mais marcante característica da Matemática é esta: para se entender determinada parte da matéria é necessário o conhecimento anterior de assuntos a ela interligados. Consequentemente, para se ensinar a um aluno despreparado em Matemática, é indispensável que ele seja levado a entender os mais elementares conceitos do assunto que esteja sendo apresentado.

Além disso, considerando que um aluno despreparado é naturalmente impaciente, é de todo conveniente demonstrar-lhe, de imediato, que ele é capaz de dominar a famigerada Matemática.

Mas como fazer isso?

Manifestando ao aluno, o mais rápido possível, que ele é capaz de raciocinar e entender tudo aquilo que, um dia, erradamente, lhe colocaram na cabeça que só era possível ser compreendido pelas pessoas mais inteligentes.

É essencial que não se perca de vista que a motivação traz o sucesso, que, por sua vez, provoca mais motivação, formando-se um autêntico círculo virtuoso.

Para que se constate o que está dito acima, basta solicitar parte do trabalho “Álgebra Dominada” por meio do e-mail do autor, que está indicado ao final. O encaminhamento será gratuito, já que tem como único objetivo demonstrar que a Matemática é bem mais fácil que parece.

Em tal trabalho, em menos de vinte minutos, uma pessoa que só domina as quatro operações é levada a entender (frise-se bem, “entender”) a resolução do seguinte problema: “Calcular dois números que somados dão 50, sabendo que o triplo do primeiro número menos o segundo número dá para resultado 10”.

Recomenda-se notar em referido trabalho que, só depois de ser demonstrado ao aluno que ele é capaz de entender como se resolve o problema, é informado que ele acabou de ser apresentado à álgebra, resolvendo um sistema de duas equações e duas incógnitas.

Comprovado que há como resgatar os “Órfãos da Matemática”, os esclarecimentos a seguir permitem concluir porque é da maior importância que o ensino de Matemática Básica para pessoas despreparadas seja considerado em separado.

Como se sabe, existem, hoje, centenas de milhares de pessoas que odeiam Matemática por não terem aprendido a matéria na época em que lhes fora apresentada na escola.

Entre elas, encontram-se as pessoas adultas que gostariam de voltar a estudar, mas resistem à vontade de retornar aos estudos porque se julgam incapazes de aprender a matéria que tanto as atormentou enquanto eram estudantes.

Também, encontram-se as pessoas que estão frequentando o ensino superior em escolas que demandam o conhecimento de Matemática, e têm seu aproveitamento completamente inviabilizado pela deficiência nos fundamentos da matéria.

Encontram-se, ainda, as pessoas que estão se preparando para concursos públicos (inclusive para o ENEM) e perdem um valioso tempo por não terem familiaridade com a Matemática Básica.

Aos grupos acima citados, vêm se juntar os alunos que se encontram cursando determinado ano no Ensino Fundamental, mas não conseguem acompanhar as aulas de Matemática porque não dominam certo pré-requisito necessário para entender o assunto que o professor está ensinando.

Esperando ter demonstrado a relevância do tema, seguem duas observações finais: 1 – é absolutamente inadmissível que o país não reconheça a gigantesca dívida social que tem com o exército de pessoas despreparadas em Matemática; 2 – é da maior urgência o resgate de tais pessoas para que o exército de despreparados não vá se multiplicando ainda mais.

Fonte: Por João Vinhosa

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